Dados do Trabalho


Título do trabalho

ASSIMETRIA DE FORÇA DE PREENSAO MANUAL COMO PREDITORA DE INCAPACIDADE FUNCIONAL E QUEDAS: UMA REVISAO SISTEMATICA

Introdução

O processo de envelhecimento inclui perda de força muscular, a qual pode ser mensurada pelo teste de Força de Preensão Manual (FPM), um método simples e econômico utilizando o dinamômetro. O déficit desta variável no teste é um preditivo validado de perda da funcionalidade e quedas. Consoante a isso, a assimetria de força entre membros vem demonstrando associação com as variáveis supracitadas e futuros problemas neuromusculares. Todavia, sua aplicação é escassa na literatura.

Objetivo

Considerando o exposto, o presente trabalho teve como objetivo geral associar a assimetria de FPM como preditora de capacidade funcional e quedas. Os objetivos específicos do estudo foram: analisar a significância da assimetria no teste de FPM como preditor das variáveis supracitadas, demonstrar quantitativamente seus impactos nos desfechos analisados, além de verificar os aspectos estudados dentro das variáveis.

Metologia

Realizou-se uma revisão sistemática seguindo o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). O acrônimo PICO foi usado na seleção dos Descritores em Ciências da Saúde (DecS) e derivados para pesquisa nas bases de dados PubMed, EMBASE, Scopus, PEDro e Web of Science. Dois revisores independentes aplicaram os critérios de inclusão e exclusão, além da escala Newcastle-Ottawa, para avaliação metodológica. Não houveram restrições de linguagem ou ano de publicação.

Resultados

Incluiu-se 8 estudos (n= 52.515), com participantes acima de 50 anos. Destes, duas pesquisas com idosos coreanos observaram 1,89 vezes maiores chances de quedas no grupo de assimetria de FPM, enquanto que idosas com assimetria FPM > 30% tiveram mais quedas. Idosos americanos com fraqueza e assimetria de FPM tiveram 3,93 chances maiores de limitações funcionais e 1,81 de incapacidade futura. Todavia, a assimetria isoladamente não mostrou confiabilidade como preditora de déficits funcionais.

Discussão

Como a presença de assimetria de FPM é algo normal, as pesquisas adotaram como ponto de corte a variação acima de 10% entre os membros, uma medida preestabelecida. Os estudos analisados, em sua maioria, pesquisaram idosos e os achados de assimetria de FPM tiveram relação com risco de quedas e alterações de mobilidade funcional. No envelhecimento ocorre a deterioração do sistema nervoso podendo afetar o controle da coordenação bimanual, a qual tem valor clínico no que se refere à força muscular.

Conclusão

Infere-se que, em indivíduos acima de 50 anos, a FPM possui relação preditora no desenvolvimento de déficits funcionais e quedas. Consoante a isso, o nível de assimetria entre membros é diretamente proporcional a sua preditibilidade. Os achados permitem sugerir que a avaliação da assimetria da FPM, por ser uma análise simples, pode ser incluída na avaliação, aumentando o valor prognóstico dos dinamômetros. Ademais, estudos futuros são necessários para maior segurança na aplicabilidade clínica.

Palavras-chave (de 3 a 10 palavras-chave)

Força da mão, Debilidade muscular, Acidentes por quedas, Estado Funcional, Desempenho Físico Funcional, Atividades cotidianas, Idoso Fragilizado, Técnicas e procedimentos diagnósticos, Modalidades de Fisioterapia, Extremidade Superior

Área

Revisão sistemática e metanálise

Categoria

Fisioterapia Musculoesquelética

Instituições

Universidade Federal do Delta do Parnaíba - UFDPar - Piauí - Brasil

Autores

YAGO BARBOSA PALHARES DIAS, Maria Danielle de Oliveira Pereira, Luana Gabrielle de França Ferreira